Nise o coração da loucura


Inspirado em fatos reais, com Glória Pires, Claudio Jaborandy e Flavio Bauraqui. Nise coração da loucura é um filme que todos deveriam assistir. Aluna de Carl Jung, Nise da Silveira foi uma das mais importantes médicas psiquiátricas do Brasil. Ela revolucionou os tratamentos de doenças da mente ao usar a arte como terapia no lugar de choques e lobotomias.

Nise optou pelo mais simples e mais eficiente, focou no paciente ou, como preferia chamar, o cliente (“afinal, estamos aqui para servi-los”, afirmava). 







Ao voltar a trabalhar em um hospital psiquiátrico no subúrbio do Rio de Janeiro, após sair da prisão, a doutora Nise da Silveira propõe uma e nova forma de tratamento aos pacientes que sofrem da esquizofrenia, eliminando o eletrochoque e lobotomia. 


Eletroconvulsoterapia, medicamentos tranqüilizantes; injeções aplicadas grosseiramente; reclusão em locais exíguos, insalubres e fétidos. Procedimentos aplicados de modo desordenado e com pouco resultado para saúde mental do cliente.

Seus colegas de trabalho discordam do seu meio de tratamento e a isolam, restando a ela assumir o abandonado Setor de Terapia Ocupacional, onde dá início a uma nova forma de lidar com os pacientes, através do amor e da arte. 





Os transtornos psiquiátricos demoraram um bom tempo para ser compreendidos e definidos como doença. Eles são caracterizados pela alteração mental com o afastamento do indivíduo de seus métodos habituais de pensar, sentir e agir.

Na antiguidade pré-clássica eram explicados como ações sobrenaturais. Em 600 a.C., alguns filósofos gregos começaram a abordar a ideia de loucura. No final da Idade Média até a Moderna, o doente mental passou a ser visto como possuído por entidades malignas e, dessa forma, o tratamento antes humanitário tornou-se cruel. Nesse período, era muito comum espancamentos, aprisionamento e falta de alimentação.

No século XII, começaram a surgir hospitais para excluídos socialmente, inclusive os considerados “loucos”, embora a medicina não tivesse elementos para tratá-los. A partir do século XVIII, Philippe Pinel começou a desenvolver várias experiências e formas de tratamento nos hospitais, além de substituir asilos por manicômios. Para Pinel, o tratamento deveria ser humanitário com a reeducação do alienado.

Apesar dos avanços conquistados por Pinel, no século XIX o tratamento voltou a ser primitivo, utilizando medidas físicas e higiênicas como duchas, banhos frios e chicotadas. Tais técnicas eram defendidas com teorias organicistas com explicações e justificativas fisiológicas para sua utilização.

No Brasil, os hospitais psiquiátricos surgiram no final do século XIX. O primeiro a ser fundado foi o Asilo Pedro II, no Rio de Janeiro. O Hospício São Pedro de Porto Alegre, hoje conhecido como Hospital Psiquiátrico São Pedro (HPSP), foi inaugurado em 1884, foi o primeiro hospital brasileiro de psiquiatria a realizar atividades de ensino para alunos da Faculdade de Medicina, que atualmente faz parte da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Dentro desse contexto, novos métodos de tratamento foram introduzidos com o intuito de uma reconstrução sadia.


Ou seja, "chiqueiros psiquiátricos". 

E o filme aborda questões sociais como os abusos sofridos pelos pacientes dos hospitais psiquiátricos cometidos pelos medicos e funcionários desses locais. Nise é um filme emocionante e necessário.


Mais informações sobre Movimento Antimanicomial 





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"O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho." (Orson Welles)

 

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