As Good as It Gets é um filme norte-americano de 1997, dirigido por James L. Brooks. Ao receber o prêmio Oscar de melhor ator por Melhor é impossível, Jack Nicholson o dedicou ao ator J.T. Walsh, com quem trabalhara em Questão de honra e que havia falecido pouco antes.
Melvin Udall (Jack Nicholson) é um escritor de romances de sucesso em Nova Iorque. Ele é racista, homófobo, anti semita e misantropo. Sofre de transtorno obsessivo compulsivo (TOC), que aliado à sua misantropia, o isola de seus vizinhos e de qualquer outra pessoa em seu apartamento em Manhattan.
Come todos os dias na mesma mesa do mesmo restaurante usando talheres
descartáveis que ele mesmo leva consigo. Ele se interessa pela garçonete
Carol Connelly (Helen Hunt), a única funcionária do restaurante que tolera seu comportamento abusivo.
Um dia, um vizinho de Melvin, o artista plástico homossexual Simon Bishop (Greg Kinnear)
é internado em um hospital por causa de um assalto à sua casa. Melvin é
forçado a cuidar de Verdell, o cachorro de Simon. Apesar de Melvin
odiar o cachorro, ele acaba criando laços de amizade com o animal à
medida em que começa a ganhar mais atenção da garçonete. Suas vidas
começam a se misturar a partir da volta de Simon do hospital.Muitos sabem que sou alucinada por Nicholson e este filme em particular é sensibilidade ímpar e consegue proporcionar um verdadeiro repensar sobre o que é viver.
Melvin é retratado com pinceladas de humor. E seu estado de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) ou distúrbio obsessivo-compulsivo (DOC) que é um transtorno de ansiedade caracterizado por pensamentos
obsessivos e compulsivos no qual o indivíduo tem comportamentos
considerados estranhos para a sociedade ou para a própria pessoa;
normalmente trata-se de ideias exageradas e irracionais de saúde, higiene, organização, simetria, perfeição ou manias e "rituais" que são incontroláveis ou dificilmente controláveis. É fielmente retratado com maestria por nosso Jack.
O transtorno obsessivo-compulsivo é considerado o quarto diagnóstico psiquiátrico mais frequente na população.
De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), até o ano
2020 o Transtorno Obsessivo-Compulsivo estará entre as dez causas mais
importantes de comprometimento por doença.
Além da interferência nas atividades, os sintomas obsessivo-compulsivos
(SOC) causam incômodo e angústia aos pacientes e seus familiares.
Apesar de ter sido descrito há mais de um século,e dos vários estudos publicados até o momento, o Transtorno
Obsessivo-Compulsivo ainda é considerado um "enigma". Questões como a
descoberta de possíveis fatores etiológicos, diversidade de sintomas e
como respondem aos tratamentos continuam sendo um desafio para os
pesquisadores.
Estudos indicam que uma das dificuldades para encontrar essas
respostas deve-se ao caráter heterogêneo do transtorno. Vários estudos
têm apontado para a importância da identificação de subgrupos mais
homogêneos de pacientes com Transtorno Obsessivo-Compulsivo. Esta
abordagem visa a buscar fenótipos mais específicos que possam dar pistas
para a identificação dos mecanismos etiológicos da doença, incluindo
genes de vulnerabilidade e, por fim, o estabelecimento de abordagens
terapêuticas mais eficazes.
Alguns subtipos de Transtorno Obsessivo-Compulsivo têm sido
propostos. Dentre eles, dois subtipos bastante estudados correspondem
aos pacientes com início precoce dos Sintomas Obsessivo- Compulsivos e o subtipo de Transtorno Obsessivo-Compulsivo associado à presença de tiques e/ou síndrome de Tourette (ST)
Esses dois subgrupos de pacientes apresentam características clínicas,
neurobiológicas, de neuroimagem, genéticas e de resposta aos tratamentos
distintos e que os diferenciam de outros pacientes. É importante
ressaltar também que esses dois subtipos apresentam características
semelhantes, o que dificulta a interpretação de sua natureza, ou seja,
torna-se difícil diferenciar se as características encontradas são
devido ao início precoce dos Sintomas Obsessivo- Compulsivos ou à
presença de tiques:
Lavar as mãos constantemente caracteriza obsessão por higiene, um dos sintomas mais comuns do TOC.
Compulsão é um comportamento consciente e repetitivo, como contar,
verificar ou evitar um pensamento que serve para anular uma obsessão.
Outros exemplos de compulsão são o ato de lavar as mãos ou tomar banho
repetidamente, conferir reiteradamente se esqueceu algo como uma
torneira aberta ou a porta de casa sem trancar. Deve-se deixar claro
porém que para que esses comportamentos sejam considerados compulsivos,
devem ocorrer em uma frequência bem acima do necessário diante de
qualquer padrão de avaliação.
Sabemos que pessoas que sofrem de TOC evitam contato com seus sentimentos e emoções. Preferm distância do ato de sentir desejos para não caírem no 'sofrimento amoroso'. Ao mesmo tempo que o filme nos mostra os rituais de Melvin como: lavar mãos por várias vezes, pisar em determinada parte da calçada, organização de seus sabonetes em ordem milimétrica e até levar seus talheres para comer na lanchonete, também revela essa vontade do querer 'estar'. Muitas vezes o ato de estar próximo, ou até amar pode auxiliar no processo de cura de quem sofre desse distúrbio. Pois amando, sairíamos do estado inércia para entrar no outro e partilhar, conviver com o mundo e todas mudanças. Durante o filme notamos um Melvin sarcástico, depressivo, arrogante e com medo de perder-se em si mesmo. Contar, organizar, limpar é um modo de afastar o lado incessante da vida. O querer não se movimentar é algo intrínseco em quem sofre de TOC e o simples ato de fechar a porta várias vezes ou caminhar por entre rachaduras da calçadas é um modo de querer pertencer ao mundo controlado e muitas vezes, sem perigos.
Essa angústia do viver entre o limite do infinito particular e o mundo real é algo enlouquecedor(acreditem, sou prova viva disso) muitas vezes minha autossabotagem dá lugar ao estático crescimento profissional. Anyway, Jack Nicholson é a alma do filme que conta com um roteiro bem escrito e interpretações geniosas.Melhor é Impossível é inteligente, divertido e aborda com carinho esse distúrbio que deve ser tratado com respeito e seriedade.
E, cá pra nós o filme tem uma das melhores frases:
"Você me faz querer ser um homem melhor".
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"O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho." (Orson Welles)