Welcome to Hell! Assim, iniciamos nossa viagem cinematográfica por este excelente filme sobre uma família disfuncional e até bem humorada. O longa Little Miss Sunhine, é um filme norte-americano de 2006 dirigido pelo casal Jonathan Dayton e Valerie Faris e escrito por Michael Arndt. Temos no elenco nomes de peso como: estrelado por Greg Kinnear, Steve Carell, Toni Collette, Paul Dano, Abigail Breslin e Alan Arkin.
Com um orçamento 'simpático' de oito milhões de dólares, sendo gravado durante um período de trinta dias no Arizona e no Sul da Califórnia.Teve sua estréia no Festival Sundance de Cinema(2006) e levou 2 Oscars(Melhor Roteiro Original e Melhor Ator Coadjuvante para Alan Arkin) um filme que devemos ter em nossa DVDteca. Um filme sobre cotidiano, egoísmos, solidão,amor, desilusões entre outros percalços. Uma temática que nos sensibiliza tendo como personagem principal a doce e talentosa Abigail Breslin, que faz Olive. O filme gira em torno do concurso "A Pequena Miss Sunshine" que acontece na Califórnia.
Olive, é a típica garota americana gordinha, usa óculos, um pouco geek e óbvio desprezada na escola.
No filme dá para perceber que a cabecinha dela gira em torno de 'agradar' pelo menos sua família. Ela almeja ser a ganhadora do concurso, sonha que seu Pai Richard (Greg Kinnear)tenha orgulha dela. É amorosa com todos, sonhadora e muito inteligente.
Seu avô paterno (Alan Arkin), ensaia com ela todos os dias a coreografia para o concurso. Talvez, um dos únicos momentos de alegria onde ele deixa de lado seu vicio em Cocaína, seu ódio latente por frango frito e promiscuidades.Por outro lado, um dos únicos dotado de lucidez e até sabedoria; o pai de Olive o Sr. 'Perfeito' Richard que adora vencer e odeia perder (Greg Kinnear) tenta emplacar seu programa de autoajuda. Uma série de palestras motivacionais para quem quer ser um vencedor; a mãe de Olive é Sheryl (Toni Collette), supervaloriza a honestidade, ama e odeia sua família, fumante invicta que tenta esconder isso de todos. Ainda temos o tio Frank (Steve Carell),
irmão da mãe de Olive, que ama Proust e detesta viver, gay que em uma tentativa frustrada de suicídio se torna o mais novo 'hospede' da família.
Olive, ainda conta com o 'apoio' do seu irmão mais velho Dwayne (Paul Dano)
obcecado em ser piloto da Força Aérea, um adorador de Niezsche que faz um "voto de silêncio" no filme damos um logo passeio por toda sua crise profissional existencial pré vida adulta(Caro, Dwayne isso é só o começo,rs) onde ele odeia tudo e todos. Todos encaram a disfuncional idade familiar para levar Olive ao concurso, com a velha e companheira Kombi amarela e bastante usada. Nessa viagem, muitas descobertas, desabafos , desilusões e o retorno ao extinto sentimento: Amor.
Um dos aspectos abordados no filme é a cobrança que alguns pais fazem sobre os filhos. Essa incansável e exaustiva expectativa pode resultar em inúmeras desilusões.O peso do sucesso se complica quando os pais são
profissionais de sucesso e exigem do filho o mesmo êxito. "O sucesso dos
pais pode ser um modelo positivo, dependendo das expectativas que eles
formam no filho. Se estimularem a autoestima, independência,
autoconhecimento, o sucesso não afeta". Porém, se os pais exigirem
muito, o quadro se inverte.
Diante desta realidade, a criança pode desenvolver diversos
comportamentos, dependendo da personalidade, que têm reflexos na
carreira.Por exemplo, se a criança seguir a carreira que os pais desejam, ela pode se anular e perder
sua identidade.Outra
crença que a criança pode desenvolver é de que não é competente, de que está
fadada ao fracasso. Neste caso, falta confiança e a criança(posteriormente, jovem/adulto)acaba anulando a busca de seus
próprios sonhos.Mostrar aos filhos que eles possuem escolhas, mostrar os erros cometidos e até criar um processo de reflexão sobre o que a criança realmente tem interesse é um bom começo. Pesquisar junto, incentivar o caminho profissional (com os pés no chão) muito diálogo e saber recomeçar é o que chamamos do bom convívio familiar.
O que diferentemente ocorre no filme. O pai simplesmente pergunta" Você acha que irá ganhar o concurso? Por que não tem sentido participar de algo sem que você tenha certeza que irá ganhar." Outro ponto que chama atenção no filme é o egoísmo de cada personagem. Richard, é um excelente exemplo disso.Ele está tão preocupado em alcançar o sucesso com seu projeto de Palestras Auto Ajuda, que acaba esquecendo de ajudar sua própria família. Inconscientemente(ou não) ele anula seu convívio familiar em nome do 'pseudo sucesso'. Quem é egoísta tem dificuldade em admitir ou prefere ficar calado, com
medo das críticas. E quem se opõe a esse tipo de comportamento não perde
a chance de criticá-lo. "Há uma idéia de que o egoísta sempre age em
benefício próprio, mesmo que isso possa prejudicar alguém", afirma o
psiquiatra Geraldo Possendoro, especialista em medicina comportamental.
"Portanto, quem critica uma pessoa egoísta também está agindo em causa
própria, com receio de que venha a sofrer os efeitos do egoísmo do
outro".
Já, Tio Frank é um exemplo clássico de egocentrismo. A pessoa egocêntrica não olha para os lados, ela não quer saber como
os outros estão se sentindo. O mundo inteiro precisa se adaptar aos
interesses do egocêntrico.Na prática, a diferença aparece de forma bem simples. "O egoísta aceita
ir ao cinema, mesmo detestando o filme, desde que o melhor lugar esteja
reservado para ele. Já o egocêntrico só combina programas que ele
aprove, jamais admitindo alguma contrariedade, por menor que seja ela",
exemplifica a psicóloga Carmem da Nóbrega, de Campinas.Uma pessoa egoísta sempre tem como seu melhor amigo a solidão.Os amigos inventam desculpas para se afastar dele e a
família não faz questão de tê-lo por perto. No trabalho, há problemas
para desenvolver projetos em equipe entre outras coisas. Bom, já mostramos 2 grandes reflexões(impostas) ou não pelo filme. Ainda vemos um avô que demonstra ter tido uma vida bem atribulada no quesito sexo, drogas e rock & roll, um verdadeiro 'tsunami' sobre o que é ter uma vida louca.Ele é viciado em cocaína e ao mesmo tempo em uma das cenas mostra um carinho lírico e sábio por seu filho. Seu personagem é daqueles que fala pouco e certeiro.
A mãe é uma fofa , fumante inveterada e adepta da honestidade, que tem na nicotina sua válvula de escape contra a depressão e frustrações. Uma mãe dedicada, amorosa e sempre presente. O filme ainda apresenta o típico adolescente Dwayne que está enfrentando o início de sua 'extensa' crise profissional/ pessoal.
Pequena Miss Sunshine, consegue arrancar sorrisos e lágrimas. Flerta com a velha temática do relacionamento familiar e possível final feliz. Um Road Movie, que devido problemas financeiros demorou 5 anos para ser filmado, um filme encantador, sutil, com trilha sonora perfeita e para completar a 'coadjuvante' Kombi amarela, com seu aspecto 'enferrujado' mostrando(talvez)o andar da carruagem do psicológico da família.
Excelente abordagem de um filme surpreendentemente maravilhoso. Nem consigo escolher quem está melhor no elenco. Até fiquei acordada numa madrugada de Ano Novo para poder me divertir com a reprise...
ResponderExcluirBeijos!
Lê,
ExcluirOi!
Adoro o filme, os atores, o tema e a TSO.
É difícil vermos um Road Movie que explore tão bem nossas dores, aflições e depressões.
Beijos e Volte Sempre, tá?