Uma película singela que descreve primorosamente um romance desfeito, dependência amorosa e situações cotidianas de um comportamento auto destrutivo.Gostei da versão dirigida por Alejandro Springall, Juan Taratuto deixa a desejar no quesito fotografia e objetividade do enredo. Eugenio Derbez, realiza o papel com maestria(ele lembra o ator Dudley Moore, talvez por isso minha paixão cega e repentina por este ator*) ele encarna um cirurgião 'quase' em ascensão que tem como único desejo viver seu grande amor ao lado de : María(Alejandra Barros) sua esposa. Javier, não tem sucesso como médico e vive a margem do seu Chefe(outro cirurgião) que é o próprio master of universe. Cansado de viver implorando por uma cirurgia. Ele resolve tentar a vida nos EUA ao lado da namorada, que viaja antes dele para acertar as coisas.María por outro lado vive um caso de amor com outro médico.
No momento em que os dois casam-se (às pressas) e Javier prepara tudo para embarcar para os EUA, María decide abrir o jogo.Por telefone, ela coloca tudo a perder(ou ganhar) na ligação ela conta sobre seu amor por este outro médico(tudo indica que a relação é antiga) e ainda pede que Javier não embarque para Miami.Terminando a ligação com a frase: " Não é você, sou eu".
Aí o filme começa pra valer e abre uma sequencia de lamentações. Vemos um Javier em depressão que começa a implorar pelo amor de sua ex mulher. Há, quem diga que o filme é lastimoso, chato e sem conteúdo. A meu ver é uma comédia de humor quase negro que explora de maneira inteligente nosso 'possível', sofrimento por amor. Dependência Amorosa é algo perigoso, dolorido e depressivo(sabemos que sim) Porém, o filme mostra o outro lado do sofrimento que culmina em um final feliz. Como sou adepta ao lado subliminar dos filmes. Este não foi diferente e quero dividir com vocês minha reflexão sobre o filme.
A dependência emocional é um tipo de patologia emocional e de
relacionamentos, recentemente descrita por estudiosos do comportamento
humano nos EUA. É uma experiência comportamental patológica que altera nosso
estado de humor. Todos nós, seres humanos,
precisamos criar e desenvolver vários tipos de elos/ligações com os
outros. Somos seres gregários. Precisamos de relações amorosas, criar
vínculos, laços de pertença. Contudo, surge um sério problema quando
esses vínculos e laços se tornam padrões disfuncionais repetitivos de
insatisfação, insegurança, infelicidade e rejeição, de vergonha e culpa,
baixa auto estima, isolamento, raiva e ressentimento e dependência. Tudo isso fica evidente no filme.
Esse eterna busca por uma amor impossível, felicidade 'mágica' ou fórmula de amor acaba criando um amor disfuncional. O que muitas vezes pode resultar em comportamento abusivo, passional e maníaco-depressivo.Os dependentes emocionais são pessoas reativas. Reagem ou sub reagem, mas raramente agem ponderada mente, na área dos afetos e relações dos outros.Reagem aos seus próprios problemas, dor e comportamentos e fim. Muitos comportamentos impulsivos são reações ao stress e à incerteza e à impotência de viver ou crescer. Não é necessariamente anormal , mas é heroico, salvaguardando sua identidade,poder salvar sua vida sabendo como não reagir negativamente, atuando de forma mais saudável e construtiva. Porém a maioria das pessoas dependentes do amor precisam aprender amar.Algumas características dos dependentes emocionais são facilmente notadas: Vivem em função da própria relação. Não restam energias para outros compromissos e/ou atividades; Limites débeis nas fronteiras do ego. (A noção errada de que os dois devem ser um);Abuso físico e/ou emocional; Após a perda do amor ficar incapaz de terminar a relação;Medo de assumir riscos saudáveis e resistência exacerbada à mudança. Sente-se ameaçado/a;Limitados na evolução/desenvolvimento individual;Sentem-se expostos, defensivos e vulneráveis; Representam jogos psicológicos (vitima, salvador e perseguidor);Faltam com espontaneidade na troca de afetos – “Só dou se receber em troca..."; Dependem dos outros para se sentirem completos, seguros e equilibrados; Procuram “milagres” externos para resolverem os problemas na relação – "Ainda acreditam no Natal e/ou na cegonha e o recém nascido?".
O filme não entra nessa espiral violenta e auto destrutiva. Mostra o lado mais 'leve' da dependência emocional. Tanto é que as condições
psicopatológicas, como depressão(nível suicida), alcoolismo, obesidade e
dependência do tabaco não são o ponto central do filme. O filme trás nuances de romance, comédia dramática resultando em uma trama do velho clichê:"tempestade e bonança". Ao mesmo tempo aos olhos dos mais sensíveis consegue criar essa reflexão sobre dependência emocional.
Uma película clássica da narrativa mexicana.Enfim, gostei da direção do Alejandro.A suposta mensagem dos estágios sofríveis da dependência amorosa: Euforia, Negação,Dependência,Tortura da alma e Depressão, entre outros caminham pelo filme de uma maneira sensível e bem humorada. O filme apresenta uma fotografia simpática, uma trilha sonora envolvente e atuações que conseguem deixar o seu recado. Embora muitos achem a superficialidade da atuação de Eugenio* muito evidente. Bom de ver em um sábado chuvoso!
Eu já tinha lido sobre ele antes, mas na época ele não tinha despertado minha curiosidade, mas agora seu texto me mostrou um outro lado dele que eu não conhecia, me lembrarei de sua resenha quando tiver oportunidade de assisti-lo!
ResponderExcluirhttp://sublimeirrealidade.blogspot.com.br/2013/01/indomavel-sonhadora.html
Achei interessante a sua crtica. Tambem gostei do modelo do blog! Como eu não assisti ao filme, não posso acrescentar muito. Nunca nutri nenhuma curiosidade por cinema mexicano, mas talvez valha a pena.
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