Django Livre - Quentin Tarantino


Waltz e Foxx
Quentin Tarantino já se aventurou em temas como máfia, lutas marciais e segunda guerra mundial.. chegou a vez de desbravar um estilo diferente de tudo que já fez até hoje: "spaghetti western" ou "faroeste italiano", estilo popularizado por Sergio Leone nos anos 60.

Como de costume, há um "pano de fundo" de vingança na história, mas este ainda não é o mote do longa. Em 1858, Django (Jamie Foxx) é um escravo comprado pelo casador de recompensas alemão, Dr. Schultz (Cristopher Waltz), para ajudá-lo na busca por três homens. Em troca Django teria uma quantia em dinheiro e sua liberdade. Essa é a introdução à verdadeira trama, que é a busca de Django por sua amada Broomhilda (Kerry Washington).

Dr. Schultz se comove com o romance entre dois escravos, - sendo a donzela uma escrava que fala alemão e tem nome de personagem da mitologia nórdica - que foi vendida ao fazendeiro Calvin Candie (Leo DiCaprio), e acompanha Django em sua busca ao tempo em que se transforma em seu mentor.

Cristopher Waltz como Dr. Schultz foi uma agradável surpresa no papel. Carismático, sarcástico e culto, o personagem é quem dá toda a graça do filme, usando sempre de sua inteligencia para confundir o interlocutor. Como sempre nos filmes do Tarantino, os diálogos são sensacionais nos fazendo rir do início ao fim. Cristopher Waltz é tão caricato no papel como foi interpretando o inesquecível Hans Landa (Bastardos Inglórios). E assim como o vilão Hans Landa, Dr. Schutz é alemão, o que eu vejo como uma forma de justificar a identificação que ele sente pelo caso de amor de Django e Broomhilda, a partir do conto alemão de Broomhilda e Siegfried.

Tarantino sempre consegue inserir referências culturais em seus filmes, conseguindo em Django Livre, além do tema faroeste, referenciar Alexandre Dumas e a mitologia nórdica, sempre por meio de seu personagem mais culto, Dr. Schultz.

DiCaprio
A cena com a Ku Klux Klan foi com certeza uma das mais engraçadas do filme todo. Engraçado também é o negro Stephen (Samuel L. Jackson), que é de longe o maior vilão do filme. O braço direito de Calvin Candie é um velho ranzinza e seu mau-humor chega a ser cômico, além de ser um negro muito racista. Candie (representado muito bem por Leo DiCaprio) é apenas um rico e sádico empresário que investe em brigas de escravos (tipo rinhas de galo, só que com homens), vivendo cercado de luxo e escravos em sua fazenda, a Candyland.

Gostei do Leonardo DiCaprio neste filme, tirou do fundo da alma sua brilhante atuação quando precisou dela. Jamie Foxx foi apenas Jamie Foxx. Samuel L Jackson foi incrível como sempre, mas quem foi teve uma indicação merecida à melhor ator coadjuvante foi Cristopher Waltz. Tarantino como de costume, fez sua ponta no longa, mas só para testar mais um método diferente de morrer (ele sempre se mata quando atua nos próprios filmes).

Por fim, a violência Tarantinesca está lá, cutucando, incomodando os olhos mais sensíveis. A cena do cachorro (quem assistiu sabe) me incomodou, talvez uma das cenas violentas de Tarantino que mais me incomodou. Sua violência é sempre muito caricata, mas a cena do cachorro foi um pouco forte. De resto é um banho de sangue que chega a ser cômico. É Tarantino.

Foxx e Franco Nero
A edição do filme é diferente, como Tarantino costuma usar a não linearidade, em Django a história é contada de forma linear. Achei interessante também a participação pequena de Franco Nero, o ator que interpretou o primeiro Django, em uma cena na Candyland (principalmente porque eu não o conhecia), e ele estar ali dá uma certa "credibilidade" subjetiva.

Por fim, não senti uma aprofundação no tema da escravidão nos Estados Unidos, afinal o foco comercial do filme é mais forte, o próprio Tarantino disse que fez este filme mirando no Oscar. Porém, a entrega final está lá: Django se torna um herói negro em tempos de opressão e com sua vingança, vinga um pouco de cada um de nós.

Quentin Tarantivo
Prêmios e Indicações: Oscar de Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante para Cristopher Waltz, Roteiro Original par Quentin Tarantino, Melhor Fotografia, Melhor Edição de Som. Indicado ao Globo de Ouro Melhor Drama,Vencedor do Globo e Ouro de Melhor Roteiro, Indicado ao Globo de Ouro de Melhor Diretor, indicado Melhor Performance Coadjuvante para Leonardo DiCaprio, Vencedor do Globo de Ouro Melhor Ator Coadjuvante para Cristopher Waltz e UFA.

7 comentários:

  1. Dayaneee,
    Que blog lindo é este, hein?????
    Minha tentativa anterior ficou um tanto quanto atrapalhada...
    Ainda bem que temos a ANAAAAAAAAA \o/
    Gente, tô emocionada de tão exuberante que ficou,rs.
    Ela vai receber um mimo, ela vai receber um mimo, ela vai receber um mimo :)
    ::::
    Patt, volta ao normal,rs.
    Well, outra surpresa foi entrar e me deparar com seu texto, não esperava um tão cedo :) ´Muito bem escrito, gostei da comparação com o wester de 60.
    Como te disse ainda não estou interessada em ver...Nem é tanto qto minha ojeriza ao Caprio e sim a falta de 20,00 rs.
    Enfim, essa cena do cão...Hummm...i dont no, hehe.

    Dayane,
    muito feliz por vc estar pertinho do nosso blog.
    Alias, fico feliz com todos que participam: Roni, Ana...
    Desde, quando resolvi teclar sobre esse meu amor por filmes(since 1976) tenho um motivo a mais para sorrir, um ânimo a mais para seguir em frente :)
    Blogar tem sido minha fluoxetina ;)

    beijos na alma,

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    1. Patii eu também tive uma agradável surpresa quando vi o novo lay.. ficou lindo demais, bem clean e organizado.. ficou leve.
      Ah é um prazer blogar por aqui.. queria fazer mais vezes mas infelizmente não é possível!!

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    2. Day,
      Venha quando puder e tecle quando quiser :)
      Você já é DE CASA :D
      bjs

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  2. Parabéns pelo novo visual, ficou muito elegante. Gostei do texto, Tarantino parece se repetir, mas na verdade ele faz uma paródia com criatividade. Abraço a todos!

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    1. Celo,

      Thankx!
      Ainda estou em lua de mel com este visual :)

      Nossa Dayane é fera nos textos né?

      Bjos e Volte Sempre!

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  3. Um dos melhores filmes da temporada, não é o melhor do Tarantino, mas está à altura daquilo que esperamos de uma obra dele!

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  4. Curtindo o novo visual do blog, ótimo Pati e mais um texto interessante e justamente sobre o meu filme predileto da temporada...Django...a obra máxima de Tarantino. Como em "Bastardos Inglórios" e "Jackie Brown", aqui a linearidade não é um incômodo.

    Muito bom!
    Beijos.

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"O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho." (Orson Welles)

 

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