Filadélfia



Filadélfia, dirigido por Jonathan Demme( O Silêncio dos Inocentes) e com roteiro de Ron Nyswaner. Conta história de Andrew Beckett, advogado homossexual que trabalha para uma prestigiosa firma em Filadélfia. Quando fica impossível para ele esconder dos colegas de trabalho o fato de que tem AIDS, é demitido. Beckett contrata, Joe Miller, advogado homofóbico, para levar seu caso até tribunal.
 
Seu preconceito não me fere e o que tenho não é contagioso. Um filme que dá uma pincelada no que é ser homossexual, ter AIDS e mendigar 'assistência' jurídica. Em 2007, estimava-se que 33,2 milhões de pessoas viviam com a doença em todo o mundo e que a aids tenha matado cerca de 2,1 milhões de pessoas, incluindo 330.000 crianças.Mais de três quartos dessas mortes ocorreram na África Subsaariana.Pesquisa genética indica que o HIV teve origem na África centro ocidental durante o século XIX e início do século XX. A aids foi reconhecida pela primeira vez pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, em 1981, e sua causa, o HIV, foi identificado no início dos anos 1980.As três principais vias de transmissão do HIV são: contato sexual, exposição a fluidos ou tecidos corporais infectados e da mãe para o feto ou criança durante o período perinatal. É possível encontrar o HIV na saliva, lágrimas e urina  dos indivíduos infectados, mas não há casos registrados de infecção por essas secreções e o risco de infecção é insignificante. O tratamento antirretroviral em pacientes infectados também reduz significativamente sua capacidade de transmitir o HIV para outras pessoas, reduzindo a quantidade de vírus em seus fluidos corporais para níveis indetectáveis. Ou seja, o motivo de preconceito referente ao Beckett foi totalmente ignorante.
O filme foi um marco não só pela história emocionante e arrebatadora de amor, preconceito e justiça, mas por inúmeros detalhes que tornaram grandiosa e merecedora de todos os prêmios que recebeu na época. A trilha sonora com Bruce Springsteen, Neil Young e a maravilhosa ópera "La mamma morta", marcam o longa. Andrew Beckett, vítima de discriminação pela aids, encara dignidade sua desesperadora e humilhante situação até o fim e Denzel Washington, com seu homofóbico Joe Miller, representou perfeitamente, grande parcela da população que deseja distância de grupos LGBT.


Temos muitas cenas memoráveis, como Andrew e Miguel dançando juntos, Andrew escutando "La mamma morta", Andrew cantando e chorando ao som da ópera de Maria Callas, um desabafo em meio ao turbilhão de sentimentos pelo qual passa. O apoio incondicional da família é outro ponto marcante do filme.Preconceito nosso de cada dia, amém.Todos temos algum tipo de pré-conceito, ou pós conceito ou preconceito. O preconceito mais evidente é contra homossexuais(ainda mais se forem portadores do HIV ou qualquer doença). Na cena em que Joe Miller estende a mão cumprimentando Andrew, logo após saber de sua doença ele fica olhando a mão, atemorizado quer limpá-la, fica incomodado e mantém distância de Andrew. Outra cena é a do julgamento, na qual Andrew interpelado sobre seus conhecimentos sobre a doença. Ele responde que já tinha "ouvido falar"  vagamente sobre uma doença chamada "peste gay". O problema da AIDS mostrado no filme de maneira tão singular , trás a tona o 'pânico' de estar diante de uma doença 'incurável',  e que tem a morte como pano de fundo.  
" A doença que mistura racismo,sexo e sangue,só pode ser uma doença revolucionária" Herbert Souza(Betinho). 
O filme abre uma longa discussão, mostra que o preconceito, muitas vezes, é algo intrínseco e bem próximo da nossa realidade. Essa ambiguidade em dizer "não tenho preconceitos" e ao mesmo tempo,cometer atos discriminatórios, contra tudo aquilo que difere dos 'padrões' impostos pela sociedade, é no mínimo incoerente. Não é?


  

2 comentários:

  1. Estou assistindo ao ótimo filme Twixt, do F.F. Coppola. Eu queria postar uma crítica sobre esse filme, é possível?

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    1. Olá, Edson
      tudo bom?
      No momento estamos com 3 blogueiros...Nossa cota já preencheu.
      Mas, se quiser pode postar seu texto em nosso grupo no Facebook (Cinéfilos, Uni-vos) ou em nossa Página (mesmo nome)
      bjs

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"O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho." (Orson Welles)

 

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