EAT, PRAY and LOVE


  Ruínas são um presente. Um caminho para transformação.

Tutti em italiano significa todo mundo. E foi ajudando todo mundo que Liz ajudou a si mesma!
Quanto tempo não apreciamos um bom prato de macarronada com aquele alho tostadinho e manjericão fresco?Quanto tempo não juntamos nossa família para simplesmente rir?
Quanto tempo ficamos escondidos entre pensamentos do passado, pressente e do futuro?
 Javier Bardem, help us?
Comer, Rezar e Amar é um verdadeiro caminho para reflexão, tanto o livro quanto o filme.
Elizabeth embarca numa viagem de um ano, com paragens em Itália, Índia e Bali - país onde regressa para reencontrar o seu mestre espiritual e descobrir o amor com Felipe (Javier Bardem) - como te entendemos, Julia Roberts...Ao acompanhar as paisagens fabulosas deste filme de Ryan Murphy temos a bossa nova de Bebel Gilberto o soul de Marvin Gaye ,Sly & The Family Stone terminando com nosso maravilhoso Eddie Veder e sua fantástica: Better Days.
O filme com seu estilão 'diário pessoal de viagem', com a protagonista revelando suas pequenas conquistas, angústias e desejos a respeito dos acontecimentos vividos até que convence. Não sei você.. Mas, tenho uma paixão gigantesca por Julia e Javier.  

É interessante notar o comportamento de Liz Gilbert durante Comer, Rezar, Amar como uma mera turista, onde as filosofias e ensinamentos são apenas consumidos.
La Dollce Vita é exibida na Itália com seus pratos típicos, seu povo falando de maneira 'barulhenta'(Isso não preconceito.Sou filha de Italiana) sua peculiar vida nos vilarejos, museus, sua música... Além disso, é bem divertido a explicação, e demonstração, de como os italianos se comunicam e o que se deve fazer para se aprender este idioma. Mas, o que mais me encanta é a utópica e caótica Índia. Seus templos, suas cores, sua 'sujeira' nas ruas, seu trânsito, seu povo 'harmonioso', o respeito aos animais, o possível encontro consigo mesmo e a fé do povo indiano.Todos os lugares, pessoas e costumes de Comer, Rezar, Amar seguem a visão americana estereotipada. Já em Bali(pós atentados) temos o Mestre Ketut (guru de Julia - Liz) e o Javier Bardem  encarando brilhantemente um personagem brasileiro.Em uma cena ele diz que os pais beijarem os filhos na boca no Brasil é normal. Pelo menos não seremos mais lembrados apenas pelo carnaval, futebol e macacos(risos).

Comer, Rezar, Amar é aquele típico filme sessão express de auto ajuda. O qual gostei muito e não tenho nada contra.Porém, na verdade não se aprofundou em nenhum assunto; evitou tópicos mais incômodos e delicados,  preservando a cultura do consumir, adorar e casar (falando em matrimônio, seu novo livro é um pouco diferente : A Assinatura de Todas as Coisas - conta a historia de uma pesquisadora que adora plantas, especialmente musgo, e as descobertas que ela estuda requerem tempo ) parece uma metáfora para paciência, não é? Bom, voltando ao filme, os Italianos não apreciaram essa visão americana sobre Itália. Opiniões sobre Itália
Em resumo: gostei do livro e filme. Juro!
Depois, de notar essas 'particularidades'; fiquei com a minha interpretação sobre a futilidade com a qual muitas vezes passamos pela vida.
Temos um início empolgante com primeiro ano na escolinha, primeiro beijo, descobertas pessoais, faculdades, amores, separações, progresso profissional, estagnações, mais amores, mais separações...Ufa!Isso tudo é aprendizado. 
O que realmente me incomoda é o afastamento da família quando acontecem os divórcios, é o ponto principal do filme. Esse isolamento que muitas vezes buscamos, falta do real apetite por um simples "bom prato de macarronada"ou pela vida, o nosso egoísmo, esse modo apático de encarar tudo ao redor,  o caminho que muitos tomam se afastando do próximo, preocupando excessivamente em TER...Essa busca desenfreada por algo que já temos - "Ser só para somente ser".
 Não sei..
Parece que comer, rezar e amar está entrando em período de extinção. Amores expressos ocupando o lugar do romantismo. Isolar-se para permitir que algumas ideias corram livremente. Esconder o que sentimos através da comida. Sei que o filme , para muitos foi um clichê atrás do outro. Mas, lá no fundo a ideia até que é boa, vai? Imagine, você ter grana e poder conhecer locais com cultura totalmente diferente da sua, experimentar sabores inusitados, ter o prazer de não fazer nada. Surreal.
O ato de  permitir sair da zona de conforto para enxergar o outro, foi o caso do auxílio financeiro para pequena Tutti e sua mãe construirem sua casa, é algo transformador. Mesmo com todo voice over, climão auto ajuda, Liz buscar um Guru ao invés de fazer DR com o maridão...Às vezes, um filme desses, o livro, podem distrair nossa mente de uma maneira deliciosa, pois não é todo momento que estamos dispostos a analisar, opinar ou discutir. Simplesmente, temos momentos que queremos esvaziar a mente e seguir em frente.... 
No momento já sei qual é minha palavra : Attraversiamo! E a sua ? 


16 comentários:

  1. Bom, só uma observação. Os únicos que gostam da visão americana sobre alguma coisa são eles mesmo.kkkkkkk

    Sei-la, esses tipos de filme que tentar colocar elementos simples para ser vividos e amados são ótimos, não assisti o filme ainda, mas na hora certa eu o assisto.
    Essa sensação de que devemos ter é muito maluca. Contemporaneamente temos uma supressão incrível do tempo, estamos o tempo todo fazendo algo e quando não estamos fazendo, nos angustiamo por não estarmos fazendo nada.Na medida que esse tempo é suprimido, resta só o desejo de algo que nos toma de forma muito feroz, é qse insano. Mas desejo de que? Consumo, nem sabemos o que consumir direito. A memória tem um papel fundamental em estragar o admirável mundo novo, mesmo que a ciência nos prometa um mundo perfeito, a eterna juventude entre outros paraísos, a memória sempre vai estar lá dizendo que o tempo passou, q tivemos experiências positicas, outras negativas e vai perturbar. E na medida que tentamos esquecer as pertubações, parace que o remédio é consumir, mas consumir o que. kkkk.. A vida pesa, e talvez seja o preço por termos desafiado os deuses.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Roni,

      o que realmente quero saber...
      Qual é sua palavra?
      No filme um dos pontos (assim como no livro) é isso: Qual palavra expressa melhor o que você é ou tenta ser?
      bjs
      *obrigada, por ler!

      Excluir
    2. Meu desejo é tocar em frente. Essa é minha resposta.

      Ando devagar
      Porque já tive pressa
      E levo esse sorriso
      Porque já chorei demais

      Hoje me sinto mais forte,
      Mais feliz, quem sabe
      Só levo a certeza
      De que muito pouco sei,
      Ou nada sei.

      Penso que cumprir a vida
      Seja simplesmente
      Compreender a marcha
      E ir tocando em frente

      Como um velho boiadeiro
      Levando a boiada
      Eu vou tocando os dias
      Pela longa estrada, eu vou
      Estrada eu sou

      Todo mundo ama um dia,
      Todo mundo chora
      Um dia a gente chega
      E no outro vai embora

      Cada um de nós compõe a sua história
      Cada ser em si
      Carrega o dom de ser capaz
      E ser feliz

      Conhecer as manhas
      E as manhãs
      O sabor das massas
      E das maçãs

      É preciso amor
      Pra poder pulsar
      É preciso paz pra poder sorrir
      É preciso a chuva para florir

      Ando devagar
      Porque já tive pressa
      E levo esse sorriso
      Porque já chorei demais

      Cada um de nós compõe a sua história
      Cada ser em si
      Carrega o dom de ser capaz
      E ser feliz

      Excluir
  2. muita gente fala muito bem tanto do livro quanto do filme, ainda preciso ler e ver :)

    ResponderExcluir
  3. Sou fã alucinada do livro, do filme talvez um pouco menos, mas são ambos brilhantes.
    A coragem da autora em fazer o que fez e escrever, abrir sua vida, suas dúvidas e simplesmente conhecer o que conheceu é impagável.
    A propósito... recomendo de antemão a trilha sonora, tenho e é sensacional, atéeee uma bossa nova a gente tem o prazer de ouvir! =)
    Parabéns pelo blog, Patt, a sua cara! Não tenho comentado, mas acompanho sempre que posso e juro comentar sempre que ver!
    Beijocas

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Adorei sua passagem por aqui!
      TSO é maravilhosa - minha preferida é Better Days.
      Mesmo com todo o esteriótipo é um dos filmes de cabeceira, rs.
      Sou fã do Javier Bardem.
      ah! Quando puder assista BIUTIFUL com ele.
      Fiz uma releitura aqui também.
      Beijos(vizinha) e VENHA SEMPREEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE

      Excluir
  4. (minha palavra atual? intensidade)

    ResponderExcluir
  5. Realmente tem mto esteriótipo... e as personagens brasileiras falam português com sotaque de espanhol, mas que dá um bom ânimo e fazer-nos pensar em quem somos e oq queremos ser, há isso é verdade!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Mesmo com a visão esterotipada - vale a pipoca!
      *O livro vale a taça de vinho*

      Creio que nós(brasileros) também possuimos visões esteriotipadas(inclusive dos americanos) deve ser algo inerente ao ser humano, rs.

      beijos e volte sempreeeee!

      Excluir
  6. Oi Patt !! Seu Blog também é muito gostoso de ler ... ficamos super felizes com o recadinho que deixou pra gente !! E vamos em frente tentando mostrar o belo que existe nesse planeta ...
    Muito bom que está ajudando a compartilhar essa arte tão nobre que é o cinema ... também sou uma super fã !! Sinta-se à vontade para compartilhar suas matérias no facebook do nosso projeto ... tem muita gente interessante que nos segue e acho que vão gostar muito do que escreve !! beijão enorme Luah e Danilo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Luah e Dan,
      Agradeço o espaço- Novos textos postarei link por lá !!!
      Já leu por aqui sobre o filme Biutiful, Contos de Fadas?
      Quando tiver tempinho - leia.
      Vai gostar(eu acho) rs.
      beijo enormeeeeeeeeeeeeeeee
      Patt Baleeira , :D

      Excluir
  7. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Miero91b ,
      Bom Dia, tudo bem?
      Você passou por aqui...
      Qual seu comentário?
      bjs

      Excluir

"O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho." (Orson Welles)

 

Instagram

Seguidores

Fanpage